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Taxa de desemprego pode atingir 11% em 2009, prevê economista

O número de trabalhadores desempregados deve aumentar até o final do ano e superar os dois dígitos percentuais.

Fonte: Agência BrasilTags: desemprego

Gilberto Costa

 

O número de trabalhadores desempregados deve aumentar até o final do ano e superar os dois dígitos percentuais. O movimento também será acompanhado da redução da renda dos trabalhadores. A previsão é do professor José Márcio Camargo, da PUC – Rio, e economista da consultora Opus Gestão de Recursos.

Camargo projeta que o desemprego subirá por causa da crise. “Os sintomas são efetivamente que a taxa de desemprego deve aumentar ao longo dos próximos meses. A minha avaliação é que a taxa de desemprego deve atingir a 11% da força de trabalho.” Segundo o economista, existe um “aumento persistente” da taxa de desemprego que já esteve em 7,6% em dezembro de 2008 e chegou a 9% em março.

Segundo ele, a desaceleração da economia e da geração de empregos começou a ser notada entre setembro e outubro do ano passado quando os registros do Ministério do Trabalho (Cadastro Geral de Emprego e Desemprego - Caged) já indicavam a baixa do saldo positivo de vagas criadas (de 250 mil para 40 mil entre os dois meses).

Até agora, o saldo de desemprego teve o pior momento em dezembro, quando o balanço do Caged cravou o saldo negativo de 654 mil postos de trabalho. “Todos os sintomas são de que estão sendo gerados poucos postos de trabalho no Brasil mesmo nesse início de ano”, complementa ,ao dizer que os balanços do Caged de fevereiro e março não recuperaram as perdas do final do ano passado.

“O mundo inteiro está em recessão, é pouco provável que o Brasil consiga sair desse processo”, diz o economista que acrescenta que outra face da crise econômica é a perda da renda. Camargo lembra que o salário real pago pela indústria em São Paulo caiu 10 pontos de porcentagem nos últimos seis meses. “Está se começando haver uma tendência de queda dos salários reais na economia brasileira como forma de não aumentar ainda mais o desemprego”, afirma.